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sábado, 7 de maio de 2011



Quem inventou a dor, quem tirou-me a alegria, quem tirou-me a pele cor de rosa, os olhos brilhantes, os cabelos longos fios de seda, os vestidos de renda parolada cor de giz desbotado, o capim cheios de musgos verdes cinza, a água, os rios, o mar e o as estrelas girando em carrossel deixou-me os dias em construção, longos, inúteis, cansados e cheio de torpor, não sabia que dói mais a saudades de quem teve um dia o último amor entre os braços, apertando-o pequeno e frágil, como quem quer segurar a vida entre os braços, já não sabe se vai reencontrar os caminhos que levam pra além mar, um mapa, um rabiscos, nem que seja um sinal apenas, não, nunca dividiu a faca, o pão, a mesa, deixou-me apenas as sobras do dia, e a chuva fria...



Poema sem nome


Entre nos dois a minha loucura acorda
sozinhos no escuro
tão pequena. desprezada
desnorteada e no escuro
do outro lado da parede
cimento cru. grafite e estiletes
sobre os lençóis. réstia de pétalas esquecidas
acordo sem nunca ter dormido
incauta à noite. o dia passou despercebido
sem cor
pálido como a face de cera
podíamos passar completamente transparente. sabia
que eu ouvia. com ouvidos surdos a vida
e sem perceber meu nome ela chamava
e vejo a florear dos teus cabelos tantas flores
entre peles
úmidas cobrindo-se
gotas do sereno na noite fria

Nina  Pilar

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