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segunda-feira, 11 de julho de 2011



 "Rezo a Deus, não pedindo cargas mais leves e sim ombros mais fortes"
Caio Fernando Abreu


Um olhar pra o infinito além das estrelas...



Hoje é mais um dia, depois dos últimos trezentos e sessenta e cinco dias, de uma sexta feira qualquer quinze pra seis, hora do ângelus, das aves marias, e do teu último olhar, levas-te dentro dos teus olhos, fiquei com teu último sorriso, tua derradeira imagem, foi em um verão no hemisfério norte, tinha tudo pra ser um dos dias mais belos dias da terra e foi, por horas, dias, anos... ate que parou de respirar, ficou frio como os dias de inverno, nostálgicos como os outonos,  virou cinzas, foi embora, hoje, como uma folha transitas entre real e imaginário, és uma canção interminada, um riso que não rir como beijo que não beija, como abraços que não apertam, como amor chegastes, como amor partistes, como amor ainda vives, nos silêncios das águas profundas onde vive minhas lembranças, ou quem sabe em uma  estrela que brilha nas águas azuis sobre os oceanos,  banha-te e olhas pra terra a cintilar, ainda olho as estrelas e mando-te beijos, sorrisos, saudades, revivo nas cinzas das colinas verdes dos vales entre montanhas és o meu ecos...


Que magia tens meu filho
faz-me sentir assim, tão feliz
traz-me luz
dentro dos teus mistérios
que sorriso traz-me hoje
diz-me meu amado
qual olhar
qual sorriso
qual abraço
qual foi a fase que perdi de ti ontem
entre oitos e quantos mais mil dias ausente
já passaram-se muitas estações
menos tu
depois destes onzes
julhos
e continuas aqui
vivo, eterno
dentro dos meus olhos
abraço-te saudade
amo-te ilusão
sorrindo-te fantasia
ainda cresces
vives dentro de mim
ainda guardo-te amor
ainda sorriu-te tristeza
ainda amo-te dentro de tantas saudades
vives em mim
nos vestígios de ti
em outros rostos não menos amados
fraternos íntimos de ti
vejo-te todos os dias em outros sorrisos
ainda continuo amando-te como naquele ultimo dia
sem recomeços
apenas saudades

Ainda sinto o sereno da noite quem beijar-me ( e ele beija-te), enquanto respiravas o aroma da noite ainda gotejando seu orvalho doce, era tanta delicadeza, tantas ternuras vindas da noite nas manhas, na entrada da nossa casa ainda florescem os bouganvilles brancos, rosas, roxos e vermelhos que gostavas de enfeitar os meus cabelos, meus olhos encontram tua imagem, além das colinas onde deixastes teus ecos, sussurros, palavras primaveris, hoje moras no meu camafeu e ainda vejo o teu sorriso ate mesmo nos meus invernos, entras nos meus novos dias, sem ser visto, apenas sentindo, por isso estas sempre a correr e brincar dentro dos meus sonhos tão queridos e imortais sóis os outonos trazidos na brisa do vento, ainda ouço a tua voz, meus pensamentos em busca de ti, és minha oração, meu canto, fostes em mim  tanto esplendor. meu sonho, minha canção, ainda moras em mim, dormes nas minhas lembranças...

Saudade não morre, renascem todos os dias com uma cara quase nova, e muitas vezes sorrir pra seus reflexos na água, como algodão voas, corres das bicas do chafariz da praça, nos espelhos espalhados pela casa, vem nos ecos que ainda ouço te ti.
 ao meu filho e este amor que não morre...

tem rosto sem horizontes, sem futuro, és apenas esta saudade elegante, como tu também um dia fostes, (só)riso!
Nina Pilar

"Ai. Saudade é uma coisa azul e amarga com carne por fora e espinho por dentro."

Caio F. 

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