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sábado, 6 de setembro de 2014

“de que serve ter o mapa se o fim traçado de que serve a terra a esta a vista se o mar está parado de que serve ter a chave se a porta esta aberta ou pra que serve as palavras se a casa está deserta”

Pedro Abrunhosa

Busco desesperada um espeço
que possa desenhar a vista
rabiscos traços
sem constrangimentos
ou quem sabe muito embaraço
mas, sempre perco as medidas
perco a mão
sabe aquele diabinho vermelho
mas, sou mais forte
encontro à chave
e das frestas caminho
tenho um encontro com postas janelas vejo as saídas
olha o rodizio feito na ponta do compasso
a aquela na mandala solta no espaço
não tenho saídas nem estratagemas
pontilhados nas medidas neste espaço
Um sorriso
quem sabe um beijo bastaria
sou das distancias
estou assim meio solta
meio metida
ainda ouço-me
cuidado menina
não tenha pressa
apesar da vida ser tão curta
meu coração esta cheio de flores
bordadas em aço
na ponta da lança ancestral
cuidado com as medidas
com o aço, blocos em concreto
sabia palavras soltam das paredes
sinto a atroz ausência dos espaços
sinto um cansaço imenso
sossega menina
está saudade um dia vai ter fim
sem que nunca tenha tido um começo
veio com a chuva
dos ventos
de dentro da terra rastejante
as palavras voam
a passos largos coçando o desassossego
mas, não desisto
traço um traço
faço rabiscos
mesmos em destroços
existe a arte
arte da arte a me soltar dos olhos
quem sabe um dia a vida
não vença este cansaço
que só na espera
repara seus espaços
recomponha-me sobra vidas
em novos traços
espera a vida breve
esta tão larga espera
que mal posso avistar além mar
depois do horizonte

Nina Pilar





Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição.

Clarice Lispector

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