Seguidores

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Assim, quando é dia, não temos noção dos astros que luzem, no profundo céu.
Manuel Bandeira

Às vezes procuramos nos lagares mais improváveis uma palavra

um abraço, um motivo pra estar aqui...
ando catando nos céus sinais de mirras
estrelas bíblicas esquecidas entre cigarros e um gole de vermute seco
não há palavras
as folhas já não caem
o outono dos meus sentimentos chega ao fim
olho as páginas amareladas o tempo passa até para si mesmo
não há nem palavras ou lágrimas, ou há
seguro a mão que se ergue na clara fonte contra o rio
a mão que espia o gesto, para no ar não ergue-se não espalha
não quebra o espelho, porque você com que perversidade cega entrou aqui
e nem pediu licença, tenho medo do seu medo
talvez a dor um dia a diminua, não sei se há mágoa no lago
escorrendo para o rio
se há silêncios ocos atravessando a mata
correndo atrás dos edifícios
e minha cidade, ainda dorme silenciosa e indiferente
a s palavras não as escrevi hoje
o beijo não deu, os olhos fecharam exaustos
o silêncio é (i) mortal clara dor, claro silencio
sais e ponte
onde paraste nesta caminhada
ainda avistas caminhos, estradas
momentos há ser vividos
será que sobrou algo além dos nós
como correntes, alianças
versos, e não somente palavras vans
chamo as palavras elas não chegam estão nas sombras
na noite dormem...

Nina Pilar

Nenhum comentário: